terça-feira, 16 de junho de 2009

O AMOR FAGULHA O DESDÉM

Joaquim Moncks

Não me sussurrava o silêncio
há tanto tempo
que esquecera a sua voz.

Despido, o poema sem sono
vem à cuca.
É líquido o prisma dos olhos.
A solidão rutila esmeraldas e rubis.

Geme em silêncio
a desesperada voz dos aflitos.

O violão sola o canto de mágoas.
A emoção voeja no anjo
de asa quebrada.

E nos telhados,
feito um gato soturno,
o amor fagulha o desdém.

– Do livro BULA DE REMÉDIO, 2004/2009.
http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1650838

Nenhum comentário:

Postar um comentário