Joaquim Moncks
Professor, além do comentário que publiquei junto ao texto, gostaria de agradecer sinceramente a postagem do seu trabalho, em http://www.recantodasletras.com.br/teori
– via e-mail em 28 de outubro de 2011,16h32min. A pedido da missivista, retirei o nome da mesma.
Amada confreira! Já deves ter visto que não me aproprio do vocábulo "professor", pois que viria a ser um esbulho e uma temeridade, visto que tenho, apenas, a ótica do veterano escriba, nada mais. Minha formação é no Direito. Funciono somente como um provocador... Fiquei feliz por haver te instigado à reflexão sobre a condição humana e os seus aspectos psicológicos. Cuida bem de ti, conhece-te mais e mais, e perceberás – clarificadamente – as nuanças originárias de tuas personalidades, imbricadas nos mistérios do EGO e ALTER EGO. Também gosto muito de literatura infantil e mais aprecio, ainda, os autores que a elaboram. São ativistas no esforço de formar leitores, num país que lê diminutamente... As crianças merecem mais do que a nossa geração obteve. Ainda mais agora, com a net, que lhes parece despertar impulsos de comunicação e criam até o seu próprio dialeto de comunicação na Grande Rede: o internetês. Sim, é necessário que o escritor não fuja da condenação ao pensar e à sina de escrever e tenha pretensões ao sucesso... Obrigado por tua contribuição aos meus demônios/anjos escribas. Deste-me o azo de falar com desenvoltura sobre o que observo em tua lavratura, mesmo não te conhecendo mais fundamente como autora, até porque tens poucos textos publicados fora da modalidade CONTOS, sendo que a minha praia é o gênero poético... Quem me fala de ti são os teus personagens, por mais que os recubras com o véu sub-reptício dos signos traduzidos por palavras. Creio que te proteges do intimismo, a fim de que sejamos intelectualmente entendíveis. E, se analisarmos a POESIA, como expressão, iremos constatar que isto ocorre em todo momento: é uma bela maneira de falarmos do EGO sem maiores delongas. “Todo o poeta é um fingidor...”, já disse o grande Fernando Pessoa, através de seu heterônimo (o alter ego) Bernardo Soares. Sim, bem o dizes. É bom observar as mensagens subjacentes ao texto, ainda mais quando o texto se destina às crianças. Pouco entendo desses aspectos, é coisa para especialistas, como os pedagogos.Escreve. Deixa que os outros falem sobre tua criação, em prosa e verso. Nunca fala sobre ti mesmo, e, se tiveres pressionado a isso, faze-o pelos teus personagens. O leitor não quer CONCORRENTE, e sim, fruir, rir, ficar íntimo, e sempre achar algo para criticar alguns dos categóricos personagens que crias. Essa intimidade psíquica é que faz com que ele fique preso a ti como fazedor de histórias. Enquanto isso não acontecer, tu – autor – serás apenas um incidental de lazer e hábitos feito palavra. No entanto, se ocupares os neurônios do leitor, ele será teu, tão próximo como os dedos sobre o teclado da máquina, que cria e fala por ti. Sim, por certo, cachaçaremos o bom trago e matearemos o chimarrão da aliança, mais e mais, na medida em que fiquemos ávidos do NOVO e do gosto bom da novidade que este representa. A intimidade procria pela experimentação...
– Do livro SORTILÉGIOS, 2011.
http://www.recantodasletras.com.br/mensa
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